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sexta-feira, 10 de abril de 2009

18 de abril - DIA DE MONTEIRO LOBATO - DIA NACIONAL DO LIVRO INFANTIL

Todo mundo já ouviu falar da boneca Emília. Ou leu sobre suas aventuras no Sítio do Pica-pau Amarelo, criado por Monteiro Lobato e encenado pela Rede Globo. O que talvez nem todos saibam é que, ao lado de histórias para crianças e adolescentes, ele deixou também uma obra para os adultos. Mas Lobato não era um só, era vários... Fazendeiro, jornalista e pintor, além de proprietário de uma importante revista de cultura, revolucionou nossa indústria editorial, fazendo livros bonitos e gostosos de ler. Sempre à frente do seu tempo, tinha o sonho como matéria-prima e procurou transformar o Brasil num país moderno e desenvolvido. Audacioso, empreendedor e criativo: este é o Monteiro Lobato que você vai descobrir aqui.
Monteiro Lobato foi um escritor muito importante, principalmente para as crianças, pois foi a partir de suas histórias que teve início a literatura infanto-juvenil brasileira.
Quando escreveu seu primeiro livro, em 1920 (A Menina do Narizinho Arrebitado), Lobato havia notado que faltavam obras para as crianças da época. Em uma carta escrita para um amigo ele diz: "Que é que as nossas crianças podem ler? Não vejo nada. (...) É de tal pobreza e tão besta a nossa literatura infantil, que nada acho para a iniciação de meus filhos".
O Sítio do Pica-pau Amarelo e os personagens criados por Monteiro Lobato fizeram muito sucesso desde que foram lançados. Suas histórias foram até adaptadas para a televisão nos anos 70 e 80. Em 2002, a Rede Globo decidiu retomar as aventuras da turminha, e novamente o sucesso bateu à porta (ou na porteira!) do Sítio. A nova adaptação traz algumas novidades: a Emília é vivida por uma atriz de apenas sete anos, Dona Benta recebe e-mails e a Tia Nastácia chega a usar o microondas na cozinha! O tempo passa, mas a obra de Lobato continua a encantar a criançada. A turma do Sítio aparece em todos os livros que Monteiro Lobato escreveu para crianças, como Reinações de Narizinho(1931),As caçadas de Pedrinho (1933), Os Doze trabalhos de Hércules (1944) e muitos outros. Boneca que fala, sabugo de milho cientista... Quer conhecer os personagens inesquecíveis dessa turminha?
Vamos falar um pouco da turma do Sítio: Dona Benta é avó de Pedrinho e Narizinho, que são primos; eles vivem as mais estranhas aventuras com os amigos Emília, uma boneca de pano, que fala pelos cotovelos (ela fala pela boca mesmo, mas essa é uma maneira de dizer que alguém é tagarela) e tem uma porção de idéias malucas, e Visconde de Sabugosa, um sabugo de milho com mania de ser cientista.
Tia Anastácia é a cozinheira do Sítio, e acaba participando das traquinagens dos meninos. Uma vez, por exemplo, eles foram parar na Lua e ela fritou bolinhos para o dragão de São Jorge (que mora na Lua.) A Cuca é a bruxa má que mora numa caverna perto do Sítio e faz de tudo para acabar com a alegria da turma. E tem mais: o Marquês de Rabicó, um porquinho; o rinoceronte que fugiu do circo . . .
Muitos acham que Lobato se “disfarçava” de dona Benta, colocando na boca da personagem as coisas que ele queria ensinar para as crianças. Mas ele era um pouco como a Emília, também tinha uma porção de idéias.
Nascido em Taubaté (nterior do Estado de São Paulo) em 1882, Monteiro Lobato foi escritor, fazendeiro, político, advogado, jornalista, empresário, diplomata e editor de livros. Ufa! E também achou tempo para defender a idéia de que no Brasil havia petróleo, o que poderia ajudar muito a enriquecer o país. Na época, por volta de 1930, todo mundo achou que isso era maluquice dele, que acabou até sendo preso por causa disso.
Hoje há poços de petróleo jorrando por todo o país.
“O Sítio do Pica-pau Amarelo é um lugar onde tudo pode acontecer.
Não há limite entre a realidade e a fantasia. Dona Benta e a tia Anastácia cuidam das Crianças, enquanto essas se cuidam de fazer reinações e aventuras.
O Sítio também é um espaço democrático, onde todos têm direito e os
Adultos respeitam as opiniões das crianças.”


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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)